Chegada: Buenos Aires (ARG)
Deslocamento: 645 km
Trecho cronometrado: 181 km



Assim como no ano passado, o Dakar 2011 provou que somente quem tem uma grande estrutura de apoio sobrevive às difíceis especiais do Dakar. Quem já disputou o Dakar sabe a falta que faz um caminhão T4 para um apoio eventual depois de uma quebra. Muitos caminhões que se inscrevem na prova entram somente como apoio para outros competidores. Cabe a eles levar algumas peças de reposição, um mecânico para uma manutenção rápida, e, em casos extremos, rebocar o carro avariado até um local onde possa passar por uma manutenção rápida e voltar à especial. Um outro detalhe do Rally Dakar diz respeito aos apoios oficiais. Todos os carros têm um Iritrack que monitora o seu deslocamento durante a prova, e se o piloto solicita seu apoio mecânico durante a especial ele automaticamente está fora da prova. Por isso, muito pilotos de equipes menores têm apoios extraoficiais durante as especiais. Se acontece um quebra ele entra em contato com o seu “apoio oficioso”, através de um telefone via satélite. Esse apoio entra na especial, faz o reparo e o competidor volta à especial normalmente, atrasado, mas em condições de completar a especial e chegar no bivouac.
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Nasser Al Attiyah (esquerda) |
Um outro detalhe do Dakar é que durante a prova existem os pontos de passagem obrigatória, os famosos “way points”. Os competidores têm, necessariamente, que passar por esses pontos durante a prova, caso contrário sofrem uma penalização com um acréscimo em seu tempo final na especial. Até o ano passado, os veículos avariados não podiam perder três way points seguidos pois seriam automaticamente desclassificados da prova. Se o piloto tivesse um problema, ele poderia passar por um way point e pular os dois subsequentes, como forma de conseguir chegar mais facilmente ao fim da especial e poder largar no dia seguinte. Este ano tivemos exemplos de pilotos que quebraram e foram rebocados até o bivouac e puderam largar no dia seguinte. Creio que uma forma de manter o grid da prova nos últimos dias.
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Alejandro Patronelli |
A participação dos brasileiros na prova foi extremamente positiva, apesar da saída precoce de José Hélio Rodrigues e Vicente de Benedictis, nas Motos, e de André Azevedo, nos Caminhões. Os resultados de Guilherme Spinelli e Marlon Koerich, nos Carros, e Jean Azevedo, nas Motos, foram muito bons. Guiga, com seu Mitsubishi Lancer, subiu uma posição em relação ao ano passado chegando na nona posição na classificação geral. Marlon, pilotando o Pajero da equipe Petrobras, finalizou o rally na décima quarta posição, sendo o melhor estreante no Dakar 2011. Já Jean, com a terceira colocação na especial desse sábado, completou o Dakar na sétima posição e ganhou a sua categoria, Super Production acima de 450cc.
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Marc Coma |
Para os que não conhecem os rallys de grande duração é necessário uma explicação: comemora-se tanto o resultado como o fato de ter conseguido completar a prova. O desgaste físico e emocional durante um prova como o Dakar é indescritível. Em alguns momentos nos perguntamos o que estamos fazendo num lugar como esse, que sentido tem estar longe de casa, andando cerca de oitocentos quilômetros por dia em estradas difíceis, sinuosas, passando por trechos de areia e dunas intermináveis. Em muitos momentos nem saudade da família dá tempo de sentir. É uma sensação ímpar que somente quem conhece sabe explicar.
Fonte: Blog Esporte a motor
Não acompanhei o Rally Dakar de perto, mas sua cobertura merece parabéns, mesmo. Excelente. Não sei muito a respeito, mas pelo menos alguns brasileiros tiveram boas colocações.
ResponderExcluirAbraço!